quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A FALTA DO PAI É SEMPRE PREJUDICIAL



Há um grande desconhecimento em relação à importância da função paterna dentro da família. Nas relações entre mãe e pai, existe uma dinâmica que é alterada com a vinda de um filho. Por outro lado, o pai tem uma função muito importante na formação da personalidade e no aspecto emocional da criança.  
Existem diferenças entre o papel e a função de pai. O papel está mais voltado para as expectativas sociais, culturais e morais de como o pai deve se comportar em relação à sua família e seu filho. Inclusive, do ponto de vista legal, há uma lei, que está tramitando no congresso, que irá permitir aos filhos que processem seus pais por ausência afetiva, por falta de amparo afetivo. Porém, esses aspectos são relativos ao papel do pai, é o que se espera que o pai desempenhe. A função do pai diz mais respeito à formação emocional e da personalidade da criança.
A falta do pai é sempre prejudicial. Entretanto, a mãe pode exercer certas funções paternas. Neste sentido do limite, a mãe pode exercer em relação ao filho uma separação, dizendo para ele que também tem outras responsabilidades, mesmo na ausência do pai. Já a ausência do pai, como modelo, pode trazer uma série de fantasias e consequências, mais ou menos sérias, dependendo do convívio da criança com outras figuras masculinas. Se a criança tiver uma variedade de figuras masculinas para se identificar, o problema se dilui um pouco. Se não tiver, se o convívio for apenas com a mãe ou com figuras femininas, o problema aumenta, na medida em que não tem modelos para se projetar.  
Caso sinta necessidade, procure um profissional  de psicologia para orientar.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Inicio do período escolar - presença do desagradável piolho



O início do período escolar traz à tona um problema capaz de deixar muitos pais e professores de cabelo em pé. A infestação por piolhos, que atinge a humanidade há milhares de anos, encontra na aglomeração diária de crianças o ambiente ideal para se proliferar. O biólogo Júlio Vianna Barbosa, pesquisador do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), desenvolve atividades educativas sobre o problema que ainda é alvo de preconceito. Em entrevista, Júlio esclarece que o piolho é um inseto que provoca uma doença (a pediculose, causada a partir da infestação pelo inseto Pediculus humanus humanus), aborda mitos e verdades sobre o assunto e defende ações educativas como a mais importante estratégia para um tratamento eficaz.
O que são os piolhos?
 
Os piolhos são pequenos insetos que parasitam o homem e provocam uma doença chamada pediculose. Eles se alimentam exclusivamente de sangue, preferem ambientes quentes, escuros e úmidos e depositam seus ovos nos fios de cabelo. 
Como é seu ciclo de vida?
Os piolhos passam por três estágios de desenvolvimento. A fêmea do piolho coloca seus ovos, conhecidos como lêndeas, envoltos numa espécie de cola que os adere aos fios de cabelo. De sete a dez dias depois, estes ovos liberam as ninfas – nome do estágio do piolho logo que sai do ovo. De nove a 12 dias depois, as ninfas chegam à fase adulta. Nesse estágio, os piolhos vivem cerca de 30 dias e vão se alimentar com sangue e acasalar, reiniciando o ciclo. A fêmea produz, em média, de 150 a 300 ovos ao longo da vida. A temperatura elevada é um fator importante para a proliferação dos piolhos. Quanto maior a temperatura, mais acelerado é o desenvolvimento do piolho dentro do ovo. Por isso, há maior incidência do inseto no verão.
Como acontece a transmissão?
Apesar de ser um inseto, o piolho não tem a capacidade de voar, uma vez que não possui asas, e nem de pular, pois não possui pernas adaptadas para o salto, como é o caso da pulga. A transmissão pode ocorrer de duas maneiras: por meio do contato direto, encostando cabeças para tirar uma fotografia, por exemplo, ou pelo compartilhamento de objetos de uso pessoal, como pentes e escovas, prendedores e lenços de cabelo, bonés, capacetes, travesseiros, entre outros.
Como prevenir?
Por meio de uma medida simples é possível impedir a proliferação da pediculose. Evite compartilhar objetos de uso pessoal, como bonés, pentes e escovas, prendedores de cabelo, lenços, bandanas ou capacetes.
O que causa a coceira?
A coceira é o primeiro sintoma da manifestação da pediculose e acontece devido à reação do corpo à alimentação do piolho. Para conseguir se alimentar do nosso sangue, o piolho utiliza duas substâncias presentes em sua saliva. Ao encontrar um vaso sanguíneo, o inseto injeta saliva naquele local. Uma enzima anestésica impede que o homem sinta dor no momento em que o aparelho bucal do inseto penetra no couro cabeludo. Durante a alimentação, outra enzima entra em ação: com função anticoagulante, ela evita que o sangue coagule no intestino do piolho. A combinação destas substâncias promove uma reação do corpo humano, manifestando-se na forma de coceira intensa, um incômodo que geralmente começa atrás da orelha ou na região da nuca. Outro sintoma que pode se manifestar especialmente em crianças, dependendo da quantidade de piolhos, é o desenvolvimento de anemia.
Qual a forma mais eficaz de se eliminar os piolhos?
A melhor forma de se eliminar os piolhos é por meio do uso diário de pente fino. Para isso, a criança deve ser posicionada de costas, sentada, com um pano branco nos ombros para facilitar a visualização dos piolhos retirados. Com o cabelo dividido em partes, o pente fino deve ser usado da base até o final dos fios. Para facilitar, pode ser utilizado um creme de pentear. Essa recomendação é fundamental, porque os produtos disponíveis atualmente não têm efeito sobre a lêndea, que é o ovo do piolho. Para retirar a lêndea, é recomendável que se utilize uma mistura de água e vinagre, na mesma proporção. Passe um pedaço de algodão molhado com a solução em três ou quatro fios de cabelo, da raiz até as pontas. Essa é uma receita caseira segura, que não traz riscos à saúde humana.
Existe um mito sobre a presença de lêndea morta no couro cabeludo. Você pode explicar?
Quando o piolho sai da lêndea, o ovo onde se desenvolveu, deixa para trás uma casca vazia. Devido à cola que adere as lêndeas no fio de cabelo, elas permanecem lá por muito tempo, surgindo, assim, a ideia de que poderia ser lêndea morto.